Tecnologia regada a sorvete. Foi assim o encontro de gerações de todas as letras, que aconteceu na @Choccolat_. Eles chegaram animados, falantes, cheios de respostas. Estou falando de @TheoBraga, 12 anos, blogueiro, compositor, cozinheiro de miojo, queridinho das meninas, canta e toca violão, inteligente, e ainda invade os camarins dos shows produzidos pelo pai. E de @DaviPBraga, 10 anos, jovem representante da categoria dos meninos que dão nó em pingo d’água, um raio em plena atividade, tuiteiro, esperto, antenado e super inserido no mundo digital.
Eles nasceram numa época diferente da nossa. Na idade deles, minha geração explorava a tecnologia do liquidificador e do telefone fixo. Tanta facilidade não os fez menos engenhosos e curiosos.
As brincadeiras mudaram, mas eles não perderam o jeito criança de ser. Não se enganem com tanta modernidade. Eles são sim gênios mirins, mas possuem uma doçura e uma simplicidade que nem toda tecnologia é capaz de interferir. O universo ao redor é outro, mas a sensação de estar descobrindo o mundo é a de qualquer um de nós, quando tínhamos a mesma idade, só as ferramentas é que são outras.
Davi é extrovertido. Ele começa mais calado e mais quieto. Depois que ganha confiança, se solta. Ele é engraçado, divertido, aprende numa rapidez gigantesca. Inventivo, desenrolado, ele faz coisas com o Iphone e seus aplicativos que até Steve Jobs duvidaria. 😀
Theo é um gentleman. Doce, carinhoso, educado, super inteligente, do tipo que faz mil coisas ao mesmo tempo. Pasmem: ele é econômico. Guarda dinheiro. O que sobrou do lanche, o que recebeu pra comprar alguma coisa e não o fez, o que ganha dos avós e por aí vai. Se acontecer do pai, precisar de algum trocado, pra não ter que ir ao banco sacar, esteja certo: Theo vai ter algo em torno de R$ 100,00 ou R$ 200,00 guardados. Eu, particularmente, acho uma qualidade admirável. Eu que não consigo guardar nem o troco do lanche, quase faço que nem Davi que qualquer moeda que pega corre pra gastar. Nem que seja comprando um chiclete. Meu sonho: eu e Davi com dinheiro num shopping center!
Bom, eles estão aí mostrando que as relações não mudaram, nem na escola nem em casa. Apenas estão mais tecnológicas, portanto, mais velozes no poder de comunicar. Com os amigos na escola (na minha época eram os famosos bilhetinhos escritos em pedaços de papel arrancados da última folha do caderno) eles se comunicam por msn ou por DM (tudo isso do celular). Encontros e paqueras ficaram mais fácil sem a necessidade do cara a cara. O fora pela internet tem proporções bem menores, confessam os meninos.
Claro, eles também usam bem o telefone celular pra combinar os encontros com os amigos ou com as meninas. Mas o uso das redes sociais pra todo tipo de troca de informação é parte natural da vida da geração Z, retratada aqui nesse papo com os queridos Davi e Theo.
Eu tenho um segredo para os meus queridos leitores: no começo, quando surgiu a ideia e oportunidade de conversar e conhecer um pouco melhor essa geração eu achava que, talvez, fosse encontrar-me com dois meninos espertos que nasceram em berço de ouro, que tinham tudo pra serem aqueles pirralhos chatos e metidos. Ledo engano, viu! Theo e Davi são os meninos mais educados e gentis que conheci, mesmo na ausencia dos pais. Sabe aquelas crianças que dizem por favor, muito obrigado e são super gentis na frente dos pais, arriscados a levar um beliscão da mãe se não se comportarem? Pois é. Eles são assim, mas na total ausencia dos pais.
Davi tem esse jeito mais extrovertido, brincalhão, mas não esquece de agradecer e tratar bem. Theo? Um gentleman! Ele é educado com uma gentileza encantadora. Coitadas das meninas da idade dele, devem se apaixonar fácil. 🙂 Falando em meninas, os dois arrasam corações. Me contaram algumas histórias engraçadissímas de beijos na escola, idas ao cinema e tal. Mas sempre com uma postura discreta. Ponto pra eles.
E pra completar tanta interatividade no mundo digital, eles ainda acompanham o pai (João Kepler) aos shows que são produzidos por ele. Entram no camarim, tiram fotos com os artistas, participam dos eventos com entusiasmo de gente grande. Isso acaba sendo um mundo novo e diferente, que eles tem usufruído e aprendido muito. Eles ficam ligados em tudo. Quem quiser que pense que eles estão ali apenas passando ou passeando.
Claro que eles aprontam aquelas coisas de criança: brigam, bagunçam o quarto, deixam coisas espalhadas pelo sofá. O que significa: castigo! Que não é nem um pouco virtual. Mas é ficar sem computador, sem iphone, sem televisão. O que, segundo Davi, é como se o mundo desabasse sobre sua cabeça. Quanto maior a arte, mais tempo sem internet. Ponto pros pais. 😉
Quando crescerem? Eles querem ser muitas coisas. Theo já exercita isso tudo com com suas múltlipas tarefas e funções. Davi quer trabalhar com tecnologia. A gente não sabe ao certo onde, nem quando esse futuro irá virar presente, mas uma coisa tenho certeza: inteligentes e espertos do jeito que eles são, irão surpreender a próxima geração.
O @PapoBlogueiro de hoje foi com @DaviPBraga e @TheoBraga. Depois da conversa, fomos tomar sorvete, feito criança. Foi quando eu percebi que tanta experiencia a mais me faz, as vezes, esquecer o quanto ainda tenho a aprender. E quando a fonte é repleta de verdade e simplicidade como foi o papo com esses dois meninos, o aprendizado ultrapassa os limites de uma geração.
Marquei um X na geração Z. E eles ganharam muitos ‘badges’ comigo. 😉
Até o próximo @PapoBlogueiro, e recomendo @Choccolat_: Ambiente agradável, vista linda pro mar (visitem o andar de cima) e sorvete de sabor inigualável.
@PaulaMontnegro